Vida Imaginária propõe o olhar e as  relações possíveis frente às im(?)possibilidades advindas do confinamento imposto pelas políticas sanitárias de combate à Covid-19. A arte é sempre relacional, já disse o teórico e crítico de arte Nicolas Bourriaud. Então se o artista não para de criar, mesmo isolado, sem contato com o mundo externo nem com as pessoas lá fora, ele propõe outras formas de criação e, consequentemente, de relação. Se as circunstâncias de uma pandemia têm ensejado a proliferação de lives (artísticas ou não) nas redes sociais, percebemos que as artes performativas não se inibiram e não interromperam seu fluxo, ao contrário: tem se reinventado.
Da mesma forma o fotógrafo, em seu casulo, vai tecendo seus novos fios condutores de acesso ao outro, através da sua lente, do seu desejo de chegar a lugares hoje quase utópicos. O olhar do fotógrafo sempre foi a sua lente;  o seu ângulo é a sua medida. Neste projeto, lanço  mão de toys – na figura do Lego, que tem marcado gerações após gerações - enquanto simulacro do desejo de circular livremente pelas ruas e clicar manifestações culturais, eventos esportivos, encontros despretensiosos de amigos ou as invisibilidades urbanas do cotidiano. O toy é a ressignificação da relação com o outro que continua regendo os anseios, as perspectivas, as trajetórias sutis do artista. Se as circunstâncias impõem reclusão, então a lente do fotógrafo subverte o impossível e propõe outras, novas e inesperadas perspectivas. 
Este projeto foi selecionado nas convocatórias:
* Arte na Quarentena - Mostra Museu 2021;
* Exposições - Maré Foto Festival 2021;
* O que restou de nós - elPulpo 2020;​​​​​​​​​​​​​
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